“Todos os indivíduos têm potencial para ser criativos, mas só serão se quiserem”
(GARDNER)

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Nascido em Scranton, Pennsylvania, é um psicólogo cognitivo e educacional norte-americano, ligado à Universidade de Harvard e conhecido em especial pela sua teoria das inteligências múltiplas, que mostra que a inteligência é composta de pelo menos oito competências: lógico-matemática, lingüística, interpessoal, intrapessoal, corporal-cinestésica, musical, espacial e naturalista. Seu livro mais famoso é Frames of Mind, no qual ele delineou a maior parte destas suas dimensões da inteligência.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Entrevista pela Revista ÉPOCA



O autor da teoria das inteligências múltiplas, Howard Gardner, comenta as experiências realizadas no mundo com base em suas ideias

Ana Aranha
17/12/2009 - 17:07 - Atualizado em 18/12/2009 - 17:35


ÉPOCA – O senhor criou a teoria das inteligências múltiplas na década de 80. De lá para cá, como as escolas se adaptaram a ela?
Howard Gardner
– Criei a teoria como psicólogo, não como educador. Eu não tinha uma lista de coisas a fazer e não fazer. Isso veio de como as pessoas adaptaram a ideia, o que ocorreu de diferentes formas porque cada um tem um entendimento. Nos Estados Unidos, quando os pais ouvem sobre inteligências múltiplas, pensam logo em qual delas seu filho se destaca. Se ele não vai bem na escola, os pais lembram que é bom de relacionamento ou em arte. Na China, os pais leem as oito inteligências como oito coisas nas quais seu filho tem de ser bom. É uma aplicação totalmente diferente da mesma ideia.


ÉPOCA – Como essas ideias mudaram o jeito de ensinar?
Gardner
– A primeira mudança é individualizar. Em vez de ensinar todas as pessoas da mesma forma, você procura saber como cada pessoa aprende para ensinar de modo que ela entenda. Muitos alunos ricos já têm isso porque, quando estão com dificuldade, seus pais contratam um professor particular. No futuro, com computadores, será possível individualizar para todos. A segunda mudança é diversificar: ensinar a mesma coisa de diferentes formas. Em vez de o professor escolher entre uma aula, um livro e um filme, ele apresenta todas essas maneiras. Isso alcança mais crianças e estimula mais conexões de neurônios.


ÉPOCA – Onde as mudanças aconteceram?
Gardner
– Há centenas de escolas pelo mundo que se autointitulam “escolas das inteligências múltiplas”. Há até aquelas que se autointitulam “escolas Howard Gardner”. O interessante é que nenhuma delas é igual à outra, cada uma aplica a teoria de um jeito diferente. E eu gosto disso. Se o ministro da Educação do Brasil me dissesse que quer fazer um programa de inteligências múltiplas para todos, eu diria que é um erro. Recomendaria procurar atividades diferentes para cada local. Mas ministros não gostam de ouvir isso, eles querem um programa que possa ser aplicado amanhã em 10 mil escolas. Homogeneizar não funciona em países grandes como Estados Unidos e Brasil. Talvez em Cingapura, que tem uma rede pequena. Ou em lugares onde nada é feito. Aí qualquer coisa é melhor que nada.

ÉPOCA – Como começa essa mudança? Com uma reforma curricular?
Gardner
– Eu nunca penso na mudança pelo sistema. O único modo é pelos professores. Começa com quem escolhe a profissão, como é formado e o suporte que tem quando vai para a escola. A mudança só acontece se os professores entenderem as inteligências e souberem como adaptá- -las a cada um de seus alunos. Se ele nunca pensou sobre a diferença entre entender o funcionamento de uma sociedade antiga e decorar o nome de um rei, não fará diferença mudar o currículo de sua escola. Mas, se ele entender, muda o modo de se relacionar com os alunos e com a equipe. Primeiro, ele para de perguntar coisas cujas respostas estão na internet. Depois, começa a pensar em um jeito de avaliar se os alunos sabem interpretar achados científicos. Isso influencia o método pedagógico, as avaliações e até o currículo.


6 comentários:

  1. Novo livro de Howard Gardner aborda as Inteligências Múltiplas ao redor do mundo
    Divulgação Artmed

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    Capa da obra "Inteligências Múltiplas ao redor do mundo" - Howard Gardner

    São Paulo, janeiro de 2010 - Criador da teoria de Múltiplas Inteligências, o psicólogo americano Howard Gardner, professor da Universidade de Harvard, lança no Brasil o livro "Inteligências Múltiplas ao redor do mundo", pela Artmed Editora. Na obra são relatadas as experiências das aplicações de sua teoria em escolas públicas e privadas na Europa, Ásia e América.

    Segundo o autor, o objetivo do livro é examinar a forma como as Inteligências Múltiplas foram apreendidas e aplicadas em uma série de países do mundo. Educadores de 15 países contam como utilizaram a teoria proposta por Gardner para a melhoria do ensino. São exemplos como de um professor na Turquia, que redefiniu seu modo de trabalhar depois que a escola adotou a teoria das inteligências múltiplas.

    As teorias de Gardner também oferecem um universo rico de questionamentos para pais e educadores que procuram formação diferenciada para as crianças. Na obra, o autor coloca a adaptação das experiências que deram certo e estão evoluindo e também outras que não encontraram caminhos para o desenvolvimento. Os casos analisados apresentam descrição, análise, avaliação e síntese. "As culturas e os contextos educacionais descritos no livro oferecem uma oportunidade única para se obter novas visões sobre como os contextos culturais podem moldar a prática educacional", explica Gardner.

    Teoria das Inteligências Múltiplas
    Howard Gardner criou a teoria das múltiplas inteligências na década de 80, uma revolução no campo da psicologia cognitiva, pois ultrapassou a noção comum de inteligência.

    Para compreender o campo da cognição humana, Gardner considera que é necessário "incluir um conjunto muito mais amplo e mais universal de competências do que comumente se considerou". Dessa forma, o autor define inteligência como "a capacidade de resolver problemas ou de criar produtos que sejam valorizados dentro de um ou mais cenários culturais".

    As inteligências relacionadas pelo autor são: habilidade em língua (inteligência linguística); lógico-matemáticas; musical, a espacial, a corporal-cinestésica (uso do próprio corpo ou de partes dele para resolver problemas ou fazer algo); a interpessoal (entendimento dos outros); intrapessoal (entendimento de si mesmo); a naturalista; e a existencial (a que gera e tenta responder às maiores perguntas sobre natureza e preocupações humanas).

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  2. Olhando as ideias de Gardner sobre a Educação brasileira, como mudanças nos professores, planos regionalizados de ensino, fico imaginando se tudo não passa de uma utopia.
    Marcos Costa

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  3. Concordo com o Marcos se realmente as ideias de Gardner sobre a Educação brasileira, como mudanças nos professores, planos regionalizados de ensino, se não passa mesmo de uma utopia.(Elizangela grupo Piaget)

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  4. Mas mesmo não criando as teorias como educador, isso veio a somar e muito para a Educação de um modo geral. Agora percebe-se que um criança que não vai bem em Língua portuguesa por exemplo, pode ser muito inteligente de uma outra forma.
    Marcos Costa.

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  5. Gostei batante de método de ensinar, o metodo segundo gardner ensinar todas as pessoas de mesma forma de modo que entende o ensino aprendizagem .

    OK, Iolanda Rosa F. Soares.

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  6. A idéia de que existem várias aptidões além do raciocínio lógico-matemático, apresentada pelo psicólogo, causou grande impacto nos meios pedagógicos.(Lilia grupo Piaget)

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